Todos
os seres vivos estão distribuídos na biosfera, que corresponde ao conjunto de
todos os ecossistemas existentes, cada um deles com sua biodiversidade.
Entretanto, a própria biosfera é em si mesma é um fantástico ecossistema o qual
retira energia do sol através de um processo conhecido como fotossíntese.
Através
das algas presentes no plâncton dos oceanos e das plantas terrestres a energia
da luz solar é convertida em energia química que estará presente na variedade de
alimentos orgânicos disponibilizados para toda a teia alimentar
planetária.
Quando
estamos, por exemplo, comendo milho, maçã ou alface, nos comportamos como
“herbívoros” (vegetarianos), quando comemos carne de gado, peixe ou frango,
atuamos como “carnívoros”. Por essa razão o homem um ser “onívoro, ou seja um
comedor de “tudo”. Não importa se o alimento é de origem animal ou vegetal, em
ambos casos a energia que neles está armazenada é em última instância, a energia
proveniente na luz solar e que entrou na biosfera graças ao processo
fotossintético. Podemos dizer, portanto, que os seres vivos do nosso planeta,
inclusive o ser humano são todos “lucífagos”, ou seja, são na verdade comedores
de luz.
Dos
micróbios microscópicos aos predadores de grande porte, todas as espécies de
vida que habitam o planeta terra precisam de energia para se manterem vivas. Se
observarmos atentamente a teia alimentar de qualquer ecossistema, concluiremos
que há um banquete permanente se processado em toda a extensão da biosfera e os
seres que a habitam sobrevivem deste processo. Contudo os impactos ambientais
gerados pelas comunidades naturais não ultrapassam a capacidade suporte do meio
ambiente, possibilitando em tempo hábil sua restauração.

Quando
a espécie homo sapiens entra na teia alimentar, invariavelmente, o equilíbrio se
rompe. O impacto ambiental gerado pelas atividades antrópicas, destacadamente,
aquelas que são derivadas da civilização industrial, excedem drasticamente os
limites da capacidade suporte do meio em que as aglomerações humanas estão
inseridas. A relação do ser humano com a natureza, até a presente geração, tem
sido marcadamente de caráter exploratório. Mesmo cartas tribos de índios como as
que vivem na Amazônia, ficam por um tempo numa região usufruindo da caça, da
pesca e de outros recursos naturais, mas quando percebem sinais de esgotamento
no território ocupado, migram para outra região.
De
fato, o homem parece ser um “estranho no ninho” quando tentamos inseri-lo
naturalmente na teia alimentar. Em sua auto regência o homem foi se instalando e
povoando os quatro quadrantes do planeta. Ao longo da sua história edificou
cidades, estabeleceu radicais mudanças no cenário natural, criou templos,
monumentos, civilizações - as vezes mais, as vezes menos sofisticadas; porem
praticamente não se preocupou com a possibilidade dos recursos naturais serem
limitados e, muito menos, cogitou sobre a possibilidade de toda a natureza
terrestre ser expressão de um planeta vivo, tal como concebem, atualmente,
ecólogos adeptos da teoria de Gaia.
Ironicamente,
justo a espécie inteligente que habita o planeta é a espécie, que ao invés de
colaborar com medidas e atitudes condizentes com seu equilíbrio dinâmico,
continua sendo regida por um paradigma, no fundo,
antropocêntrico.
O
conceito de progresso desenvolvimentista, aplicado nos EUA e na china – as duas
maiores potências econômicas mundiais – e que serve de exemplo para os demais
países é um conceito unilateral que não leva em conta os limites da capacidade
suporte do ambiente. Vale ressaltar que – segundo ecólogos – se todas as nações
atingissem os mesmos níveis de produção nas condições dos modelos citados,
necessitaríamos de três planetas iguais à terra para fornecerem os recursos
naturais exigidos.
Nossas
civilizações industriais degradam de tal forma o nosso ambiente que geram
volumes gigantescos de lixos orgânico, industrial e gases provenientes da queima
de combustíveis fosseis, lançados por nos automotores e usinas. Como
consequência temos a poluição progressiva do ar; da água, com metais pesados e
outros dejetos, e a contaminação da litosfera (solo).
Milhões
de toneladas de gases tóxicos, como o dióxido de carbono, monóxido de carbono,
dióxido de enxofre e outros são lançados anualmente na atmosfera. Em países
europeus e na china a produção de energia é essencialmente baseada na queima de
carvão que, alem do aquecimento global, se relaciona com a ocorrência das
“chuvas ácidas” de ação destruidora sobre a vegetação e corrosiva sobre o
concreto das cidades.
Em
metrópoles com grande atividade industrial a inversão térmica que ocorre no
inverno mantém o ar próximo à atmosfera mais frio em relação às camadas
superiores. Este fenômeno impede a dispersão dos poluentes em direção a cotas
mais elevadas acarretando problemas respiratórios em um grande contingente de
pessoas.
O
temido aquecimento global, de acordo com alguns cientistas, decorre da
intensificação do efeito estufa gerado principalmente pelo aumento da liberação
de, principalmente, gás carbônico (CO2) produzido pela atividade
industrial. Entretanto o maior poluidor do mundo – os EUA – nem mesmo se
comprometeu com os propósitos do protocolo de Kyoto, documento que possui metas
e orientações para que os países industrializados reduzam as emissões de gases
do efeito estufa dentro de um prazo pré estabelecido, afim de que o planeta
ainda possa ser usufruído de forma relativamente saudável por gerações
futuras.
Destruição
da camada de ozônio (O3) que protege o planeta de radiações
ultravioleta nociva; ocorrência de marés vermelhas; contaminação de mananciais
de água por agrotóxicos e metais pesados; desmatamentos indiscriminados; e a
extinção maciça de espécies sendo registrada todos os dias são outros sinais de
que o planeta não está bem. Talvez esteja em coma.
sistêmica,
fundamentada na solidariedade e no conhecimento profundo das leis que regem a
vida planetária.
Pelo
enorme volume dos danos já causados na natureza, a recuperação, preservação e
proteção dos ecossistemas naturais devem ser prioridades máximas nas pautas e
ações governamentais de todos os povos.